Sonet / SDH's Blog

Synchronous optical networking (SONET) and Synchronous Digital Hierarchy (SDH)

TEORIA PDH (HIERARQUIA DIGITAL PLESIÓCRONA)

Os sistemas de transmissão PDH são oriundos da técnica PCM, que significa Modulação por Código de Pulsos. Como o próprio nome diz, a informação é transmitida por meio de um código binário, que representa um valor discreto aproximado para cada amostra do sinal que contém a informação.

A técnica PCM é, na realidade, o agrupamento de outras técnicas para canais de voz anlógicos, que são:

  • Amostragem de um sinal analógico;
  • Quantização de amostras;
  • Codificação para gerar um sinal digital que represente estas amostras quantizadas.

Após esta etapas ocorre a multiplexação por divisão de tempo (TDM) das amostras do sinal de um canal, ou de suas representações digitais, e assim formamos a configuração multicanal, composta de 30 destes canais, cada canal com 64kbps, dando origem então ao feixe E1 de 2048kbps, sendo este a base do sistema PDH. Detalharemos adiante como é composto este feixe e com obtemos esta taxa de 2048kbps.

A amostragem do sinal foi definida pelo Teorema de Nyquist, também chamado de teorema da amostragem, teorema este que diz que se um sinal contínuo f(t) não contém freqüências maiores que f Hertz, o sinal pode ser completamente descrito pelas amplitudes de suas amostras feitas em intervalos não inferiores a 1/2f segundos. Isto significa que a amostragem do sinal deve ser no mínimo 2f, e de acordo com o teorema, nenhuma informação é perdida. Logo como a faixa de voz fica ao redor de 300 à 3400Hz, padronizou-se que a freqüência do sinal amostrado seria de 8kHz.

Exemplo de amostragem e quantização aliada a codificação

Na figura a seguir, mostramos um exemplo de sinal analógico, que está amostrado e logo após foi quantizado e codificado. Observamos que após este processo já temos um sinal digital a ser transmitido.

 A codificação binária para cada amostra do sinal analógico utiliza 8 bits, e padronizou-se que um quadro PCM completo teria 32 intervalos de tempo (IT) multiplexados, logo obtemos a seguinte taxa para um quadro PCM, que é a primeira hierarquia do PDH, chamada E1:

Taxa = 8000Hz * 8bits * 32IT = 2048kbps.

Intervalo de Tempo:
Um IT contém 8 dígitos binários, contados de 1 à 8.

1 ! 2 ! 3 ! 4 ! 5 ! 6 ! 7 ! 8 

Repetição do Intervalo de tempo:
A freqüência de repetição de um Intervalo de tempo é de 256kHz.

t=3.9μs

Quadro:
Um quadro PCM contém 32 intervalos de tempo, numerados de 0 à 31.
O número de dígitos binários por quadro é 256.

0 ! 1 ! 2 !…..29 ! 30 ! 31

Periodo:
A freqüência de repetição do quadro é 8Khz.

Período = 125μs

Na verdade, no quadro PCM não utilizamos todos os intervalos de tempo para voz, mas utilizamos apenas 30, que são os intervalos de 1 à 15 e 17 à 31.

Como observamos anteriormente, temos dois IT que não foram citados por serem especiais, que são o IT 0 e o IT 16. O IT 16 é utilizado para transferir dados, pois o equipamento e o próprio sistema de transmissão trabalha com sinalização por canal comum. Como havíamos mencionado acima, cada IT contém 8 bits podendo sinalizar mais de 30 canais. Esta configuração é padronizada pela ITU (Iternational Telecomunication Union).

Por fim temos de analisar o IT 0, que apresenta fundamental importância no quadro PCM. Este IT caracteriza-se por apresentar alternadamente os chamados Sinais de Alinhamento de Quadro (SAQ). Tais sinais são de extrema importância, pois sem ele não teríamos o sincronismo do nosso feixe PCM entre o equipamento transmissor e o receptor. Analisemos o sinal deste IT na tabela abaixo:

IT0(bits)

1

2

3

4

5

6

7

8

Quadros que contém SAQ

Si
1

0
0

0
0

1
1

1
1

0
0

1
1

1
1

Quadros que não contém SAQ

Si
1

1*
1

A
A

Sn
1

Sn
1

Sn
1

Sn
1

Sn
1

Si = bit reserva de uso internacional. Quando não utilizado deve ser fixado em “1”.

1* = Este bit é fixado em “1” para evitar simulação de sinal de alinhamento de quadro.

A = Bit usado para sinal de indicação de alarme remoto (AIS):

A = 0 – Operação Normal

A = 1 – Condição de Alarme

Sn = Bit de reserva nacional. Quando não utilizados devem ser fixados em “1”.

Os bits mostrados em negrito são as situações mais comumente utilizadas. O SAQ é mostrado nos quadros pares, e nos ímpares mostramos a sinalização de alarme remoto, ficando esta alternância sempre ocorrendo. Portanto, em 1 segundo, teremos 4000 quadros de SAQ. O sinal de 2048kbps deve apresentar um desvio máximo de 50 ppm.

Ainda temos, quanto a polaridade do sinal binário, a chamada codificação HDB3, que basicamente coloca os valores de bit “1” como um sinal bipolar que alterna-se, ou seja para dois bits “1” seguidos, teríamos um valor positivo e um negativo. Então, quando de uma seqüência de zeros um sinal de violação é inserido, que serve para que não ocorra perda de sincronismo. A partir da montagem do feixe E1, que é o sinal básico do sistema PDH com taxa de 2048kbps, foram surgindo os demais níveis da hierarquia, sempre padronizados, conforme tabela a seguir: 

Nível da Hierarquia

Taxa de bits em Kbps

E1

2.048

E2

8.448

E3

34.368

E4

139.264

 Chegou a ser utilizada a taxa de 565 Mbps, porém esta não foi padronizada pela ITU-T. Alguns autores denominam o sinal com taxa de 64Kbps de E0, porém esta definição não tem uma padronização. Cada nível é formado da composição de 4 feixes do nível imediatamente anterior da hierarquia, e até por isso a taxa de 64kbps como sinal E0 não seguiria esta lógica de formação. Na figura a seguir, mostramos como é feita a composição destas hierarquias:

 pdh-diagrama

Como podemos observar, o sistema vai subindo de hierarquia agrupando quatro feixes do nível anterior. A principal dificuldade do sistema PDH consiste no fato de que para obtermos um tributário E1, de 2Mbps, a partir de um sistema E4, de 140Mbps, temos de implementar todas as etapas de multiplexação e demultiplexação, obrigando-nos a implementar os “hardwares” necessários para todas as etapas, o que torna o processo oneroso e na maioria das vezes não muito prático.

É importante salientarmos, ainda, que estas taxas acima apresentadas são padronizações da ITU, porém não são utilizadas em todos os países. Os Estados Unidos, por exemplo, utilizam outras taxas para a padronização de seus sistemas PDH, o que causa dificuldades em conexões internacionais.

 

02/04/2009 Posted by | Artigos Acadêmicos | , , , , | Comentários desativados em TEORIA PDH (HIERARQUIA DIGITAL PLESIÓCRONA)